Postagens populares

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

A Igreja não canoniza Colombo " poque era judeu"

Cristóvão Colombo


A Igreja não canoniza Colombo “porque era judeu”

Dizem que ocultou sua religião porque teve que financiar sua viagem a América com o apoio da rainhacatólica.


(EFE) – A Igreja católica retirou sua própria proposta de canonizar o almirante Cristóvão Colombo ao saber que “era judeu”, disse o autor espanhol Oscar Villar Serrano em seu livro “ Cristóbal Colóin: el secreto mejor guardado”( Cristóvão Colombo: o segredo mais bem guardado”- tradução dos editores do blog).

Villar Serrano, doutor em Ciências Náuticas e capitão do Comando Marítimo de Torrevieja, na província espanhola de Alicante, afirma que Colombo manteve sempre um certo anonimato sobre sua personalidade “ porque era judeu, fato que lhe permitiu receber o apoio dos judeus” em saua primeira viagem a América com a promessa de “oferecer a eles a terra prometida”.

Villar assegurou que “o mistério” que envolve Colombo se deve a que teve que ocultar sua religião porque para financiar sua viagem buscou o apoio de uma rainha católica, se bem que, “todos seus grandes apoios “ foram judeus, desde o banqueiro da Coroa de Aragão, Luis Santángel, até a própria tripulação das caravelas, “majoritariamente judia”.

Neste sentido, o autor relembra em seu livro os movimentos migratórios ocorridos na Itália e Espanha, durante os séculos XIV e XV,devido a perseguição que os judeus sofreram, e “é neles que está o segredo da família Colombo”.

Villar assegura em sua obra, que na corresponsência que mantiveram Colombo e seu filho Fernando, “ há muitas provas de suas crenças religiosas judaicas”.
As cartas estavam fechadas com números hebraicos, os textos foram escritos num idioma “ininteligível” e faziam as despedidas lembrando uma benção judaica.

Mesmo assim, o autor afirma que Colombo recomendava a seu filho por carta, que diante de todos se comportasse como mandava a lei canônica, “porém entre nós – cita a Colombo, textualmente – temos que conservar nossos costumes” .

Villar relembra que o irmão de Cristóvão Colombo foi queimado em Valência, em 1493, por ser judeu e que, curiosamente, foi a própria Igreja, que com a morte do marinheiro, propôs canonizar o descobridor, pelo fato de haver cristianizado os indígenas da América, “porém desistiu ao dar-se conta que era judeu”.

Além disso, o autor do livro sustenta que o navegador “sabia onde ia” quando descobriu o novo continente, pois contava com informação sobre a rota a seguir.

Em seu livro que será publicado no próximo mês, na Espanha,( nota do editor do blog), Villar explica que Colombo “não foi um simples aventureiro”, e sim um letrado, cartógrafo e cientista que possuía mais de vinte mil livros sobre navegação que foram posteriormente cedidos por seu filho, aos dominicanos de Sevilha, onde se tomavam anotações do próprio descobridor.



Villar diz também, que Colombo conhecia a distância que ia cobrir e quanto tardaria porque “ tinha cartografia precisa”. Neste sentido, , o autor sustenta que os mapas saíram da Escola de Sévres( França).

Quanto ao financiamento da primeira viagem, Villar explica que parte do dinheiro que deu Santángel para Colombo, vinha do arrendamento de domínio público, das salinas de Torrevieja, propriedade do banqueiro.

Villar relata em sua obra que Colombo se cercou de importantes judeus espanhóis, como Abraham e Iehuda Cresques, criadores do Atlas catalão, cientista italiano Paolo Del Pozzo Toscaneli, o explorador florentino Nicolo di Conti e o cartógrafo e irmão do conquistador, Bartolomeu Colombo.

Como fato de destaque, Villar mantém que os portugueses sempre estiveram atentos e interessados na primeira viagem que Colombo realizou a América, e por isso o descobridor anotava em seu diário de bordo “ dados errados para não dar pista da rota correta”.

Segundo Villar, Colombo dizia que havia descoberto as Indias Orientais por uma rota norte, “mas era falso”, já que chegou ao novo continente pelo sul, evitando o Mar dos Sargazos.

“ Cristóbal Colón: El secreto mejor guardado” não é um romance, e sim, “ uma obra na qual se mescla a Historia com conhecimentos científicos e na qual são apresentadas novas conclusões”, disse Oscar Villar serrano.

Fonte: www.salvamentomaritimo.es
Colaboração: Heliete Vaitsman
Leia artigo completo de Oscar Villar Serrano em:
www.savamentomaritimo.es/data/articlefiles/colon.pdf

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Tu b`Shvat - O Ano Novo para as Árvores




Tu Bishvat (o décimo quinto dia do mês de Shvat) - O Ano Novo para as Árvores - data dos tempos talmúdicos. É um dos quatro "anos novos" do calendário judaico - sendo Rosh Hashaná e Nissan (o primeiro mês) os dois mais proeminentes. (O primeiro de Elul é o ano novo sob o aspecto de pagar o dízimo sobre os animais). O Talmud vê Tu Bishvat como o novo ano sob o aspecto de certas leis da agricultura que estão relacionadas com pagar o dízimo. Com o passar do tempo, Tu Bishvat tornou-se uma festividade menor ao invés de apenas um evento no calendário judaico.
O que acontece exatamente nesta data para torná-la um "novo ano"?
A explicação mais comum dos rabinos é que o fruto das árvores começa a se formar. A maioria das chuvas de inverno já caíram, e a seiva das árvores já surgiu. Há um debate no Talmud (Rosh HaShaná 14 a) sobre se esta mudança na natureza deveria ser marcada no primeiro ou no décimo quinto dia de Shvat

De qualquer modo, Tu Bishvat era visto como um precursor da primavera.
Depois do exílio dos judeus de Israel, Tu Bishvat também se tornou um dia no qual nós comemoramos a nossa conexão com Eretz Israel. Durante muito da história judaica, a única observância deste dia era a prática de comer frutas associadas com a terra de Israel. Uma tradição baseada em Deuteronômio 8:8 afirma que há cinco frutas e dois grãos associados com ela como "uma terra de trigo e cevada, de vinhas, figos e romãs, uma terra de oliveiras e mel". (O mel a que se refere este versículo é o mel das tâmaras e não de abelhas). As amendôas também tinham um lugar proeminente nas refeições de Tu Bishvat já que acreditava-se que as amendoeiras fossem as primeiras árvores a florescerem em Israel. Apesar de que não esteja mencionado no versículo de Deuteronômio, a alfarroba era a fruta mais popular a ser usada, já que poderia sobreviver à longa viagem desde Israel para as comunidades judaicas da Europa, do norte da África, etc.

No século XX, devido ao crescimento do Sionismo e então com a fundação do Estado de Israel, a associação de Tu Bishvat com a terra de Israel ganhou ainda mais signficado. Em Israel o dia é celebrado com cerimônias de plantio de árvores feitas pelas crianças das escolas. Na Diáspora, crianças e adultos doam dinheiro ao Fundo Nacional Judaico para plantar árvores em Israel.


Em Israel desde muito cedo, as crianças são motivadas ao plantio de árvores e ao cuidado com a terra


Tu Bishvat é visto pela tradição como tendo o mesmo significado para as árvores que Rosh Hashaná tem para os seres humanos, ou seja, como um ano novo e um dia de julgamento. De acordo com esta tradição, em Tu Bishvat Deus decide quão frutíferas as árvores serão no ano vindouro.
Uma visão cabalística
Os cabalistas levaram esta ligação entre Tu Bishvat e RoshHashaná um passo adiante. Para eles, árvores eram um símbolo de seres humanos, como está escrito: "um ser humano é como a árvore do campo" (Deut. 20:19).
De acordo com a preocupação geral deles de Tikun Olam - de reparar o mundo espiritualmente - os cabalistas viam o fato de comer uma variedade de frutas em Tu Bishvat como uma maneira de melhorar o nosso ser espiritual. Mais especificamente, eles acreditavam que comer frutas era uma maneira de expiar o pecado original - comer do fruto da Árvore do Conhecimento no Jardim do Éden.
Similarmente, árvores eram o símbolo da Árvore da Vida, que leva a bondade e a bênção divina ao mundo. Para encorajar esta corrente e para efetuar Tikun Olam, os cabalistas de Safed (século XVI) criaram um seder de Tu Bishvat a exemplo do seder de Pessach.
Ele envolvia beber quatro copos de vinho e comer várias frutas diferentes enquanto se recitava os versículos apropriados

Fonte: site da Comunidade Shalom de São Paulo

Abné Zikaron - Pedras da Recordação

Abné Zikaron - Pedras da Recordação
Fonte: Jornal haLapid - Edição 117 de maio de 1943
Por: Isaac Jacob Lopes Martins
Vista panorâmica da cidade medieval de Toledo, a "Jerusalém de Sefarad"


Quando os Reis Católicos Fernando e Isabel decretaram a expulsão dos hebreus espanhóis, um judeu Toledano, antes de abandonar esta cidade onde os hebreus deixavam tantas recordações, quis despedir-se da necrópole judia que estava situada no “Cerro de la Horca”.
Ali debaixo daquelas pedras tumulares ficavam as cinzas das Glórias da Raça. Famílias e amigos daqueles judeus Toledanos que a cristianíssima bondade de Fernando e Isabel forçava a emigrar. Se bem que a maioria dos hebreus não procurasse senão salvar aquilo que podiam dos seus bens, este, a que me refiro acima, teve um gesto sentimental ao dar o último adeus aos restos dos seus irmãos de raça.
Mas fez mais. Desejando levar uma recordação sensível daquele cemitério que não tardaria a desaparecer, e do qual desapareceu efetivamente até o lúgubre nome do monte em que estava situado, lembrou-se de anotar as inscrições gravadas nos sepulcros dos semitas de maior importância.
Num caderno transcreveu literalmente setenta e seis epitáfios, quase todos referentes a pessoas e famílias do século XIV, época mais florescente da Comunidade Israelita Toledana.
Denominou-se este seu sentimental trabalho “Abné Zikarón” isto é: “Pedras Memoriais”.
O manuscrito em questão começou a suscitar o interesse dos hebraístas do século XIX.
Encontra-se então na Real Biblioteca de Turim, na Itália. Aí foi lido e estudado por Luzzato que o mandou imprimir em Praga no ano de 1841. A edição, depois de circular muitos anos no estrangeiro, chegou por fim a Espanha, mas o precioso original ficou reduzido a cinzas quando do incêndio que destruiu a Biblioteca.
Havia dúvidas sobre a veracidade do manuscrito, pois bastantes imitações mais ou menos perfeitas, apareceram, contudo os últimos achados arqueológicos de Toledo comprovaram plenamente não só a exatidão como a autenticidade do seu testemunho.
...Um dia por ocasião dumas obras, foi descoberta na rua “de la Roperia” uma pedra granítica quadrangular, que era o topo duma antiga porta..
Esta pedra tinha gravadas umas inscrições hebraicas, e tinha sido a lápide sepulcral da judia Donna, que segundo o epitáfio “sobre a terra teve as mãos brancas” pelo que “o céu foi piedoso para com ela”..


Achados arqueológicos comprovam a existências das tumbas de judeus na necrópole medieval de Cerro de La Horca, em Toledo
Consultando o caderno do judeu Toledano que recolheu as inscrições do cemitério da Horca, lá estava exatamente reproduzido o texto desta legenda sepulcral (bem rimada, como todas elas) da bondosa Donna...
... Outro dia (1936), na casa do Dr. Lopez Fando descobriu-se que a pia do lavadouro era a lousa funerária de Jacob Aben El Sarcasán, médico célebre que “se empenhou toda a vida a amar a Deus e a aproximar-se d’Ele”. Também esta inscrição foi identificada no interessantíssimo documento do nosso correligionário Toledano.
Em 1932-35, o diretor do Museu Arqueológico Provincial, Senhor D. Francisco de San Roman, reconheceu outra pia do lavadouro do Convento de freiras de S. Domingos de Real, como sendo a lousa sepulcral da hebréia Sadbona, esposa do Rabi Meir Halevy, parente próximo do almoxarife Samuel Halevy, falecido em 1349, no reinado de Pedro, o Cru, em conseqüência da peste que assolou a Europa no século XIV e que causou inúmeras vítimas em Toledo, entre as quais Donna (das mãos brancas) e o médico El Sarcasán. Ao consultar o caderno judaico, o Sr. San Roman comprovou que a isncrição de Sadbona “a respeitável, e eminente mulher superior” era justamente a primeira que transcreveu na Necrópole da Horca, o inteligente judeu anônimo a quem se deve um documento de valor histórico e filosófico tão excepcional dentro da bibliografia hebraica espanhola.
Já em princípios do século atual, na quinta “Venta de Hoyo” primitiva colônia judia, uns camponeses descobriram quando trabalhavam a terra, o sepulcro do Rabi Moisés Ibn Abi Zardil, que apareceu intacto, com a cova revestida de tijolos e coberta com uma tampa granítica.
Destruíram a sepultura e espalharam os restos humanos que continha, mas guardaram a lápide para bebedouro, mister a que esteve aplicada durante um decênio. A forma de pirâmide truncada que tinham estas lápides incitava a aplicá-las invertidas, para tais usos, e todas elas mostravam num dos seus ângulos, o orifício feito para o seu esvaziamento.
A do Rabi Moisés tem gravado, como as outras, um longo epitáfio que ocupa todas as faces e nas quais se diz: “Que o Senhor lhe dê de beber no rio dos seus prazeres...”.
As lápides mencionadas, como a do judeu convertido Havaab, do século XII, procedente da igreja de S. Miguel, são a base da coleção epigrafa judia do Museu Arqueológico Provincial. (Toledo).
Outros exemplares interessantes da mesma seção são uma viga em talha, suposta coluna da primitiva porta de Santa Maria a Branca, embora também seja provável que provenha de outra sinagoga toledana desaparecida.
O Museu Arqueológico Provincial de Toledo possui ainda outros achados de valor, recolhidos por toda a parte, todo aproveitado como materiais de construção para os mais diversos fins...